Nesta sexta-feira, 4 de agosto, teve início o tão aguardado processo de restauro do vitral da Sala de Jantar do Museu Histórico de Santa Catarina (MHSC), localizado no Palácio Cruz e Sousa, uma relíquia de valor inestimável instalada na década de 1920 pela Casa Conrado. O projeto de restauração representa um marco importante para a preservação da história e cultura do estado. Trata-se da primeira vez que o vitral passará por um processo de restauração desde a sua instalação, há quase um século. A ação tem como objetivo recuperar a integridade dos painéis e revitalizar a beleza desse relevante patrimônio cultural, administrado pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC).

A condução dos trabalhos estará sob a responsabilidade da conceituada conservadora Mariana Wertheimer. A especialista é reconhecida por sua expertise em Conservação e Restauro de Vitrais, tendo realizado intervenções em painéis medievais do Mosteiro de Santa Maria da Vitória e em painéis modernistas do Instituto Nacional de Estatística, ambos em Portugal.

O tratamento proposto será realizado diretamente no MHSC, envolvendo cuidadosas substituições e preenchimento de lacunas pontuais. Essa abordagem garantirá que o trabalho seja executado com o máximo de respeito à história e ao valor artístico da peça. A previsão é de que a conclusão do projeto de restauro ocorra em abril de 2024.

Sobre o Viral

Executado pela Casa Conrado (SP) e instalado no Palácio no início do século XX, sua fabricação é inspirada no estilo Art Nouveau, movimento iniciado na França que foi impulsionado pelas inovações industriais com o uso de materiais como ferro, vidro e madeira que se popularizou em vários países entre os anos 1890 e 1920, influenciando a arquitetura, móveis, ilustração e as artes decorativas.

No dia 27 de julho de 2023, quinta-feira, a partir das 19h, inaugura, em Florianópolis (SC), a exposição inédita Transitions, da artista multimeios Silvana Leal, no Museu Histórico de Santa Catarina (MHSC), localizado no Palácio Cruz e Sousa. A visitação segue até 30 de setembro, de terça a sexta-feira, das 10h às 18h; sábados e feriados, das 10h às 14h. O MHSC não abre aos domingos e às segundas. 

A exposição conta com foto instalações, pintura, escultura, gravura, performance, videoinstalações, desenhos digitais e o lançamento do livro-objeto “A lenda do artista”, ganhador do Prêmio Aldir Blanc 2021 na categoria experimentações artísticas. A mostra trata de temas emergenciais que refletem o devir humano em todo o seu caráter universal e político.

A relevância desta Mostra pode ser atribuída às reflexões que o trabalho da artista propõe, que é o de levantar questões atuais sobre ecologia humana, política, meio ambiente, feminismo e fundamentalmente existenciais que suscitem desafios para o que chamamos hoje de Nova Era, abrir espaço a reflexão sobre as transformações que o mundo passa na atual sociedade. A curadoria foi feita pelo artista Franzói. 

O projeto de exposição vai contar ainda com a participação das artistas Luana Callai e Karina Chmura, da cidade de Capinzal, que foram selecionadas por meio da convocatória pública Ligações Possíveis – Mulheres na Arte. Esta ação dentro da exposição visa reunir artistas mulheres de diferentes gerações em torno de um objetivo em comum: pensar as ferramentas do compartilhamento afetivo como ampliação de potências dos resultados artísticos. A ideia central é de compartilhar experiências entre as artistas, com viés de oportunizar que uma artista mulher, do interior do estado, possa obter maior visibilidade ao expor sua obra no MHSC.

Participam, ainda, desta mostra outras artistas convidadas. Uma delas é Maria Luiza Amorim, que vai apresentar dois de seus principais trabalho “Maré Vermelha” e “Sonhei que Sonhávamos Juntas”. O fio de diálogo entre os trabalhos de Silvana Leal e Maria Luíza foram alinhavados pelas semelhanças conceituais de suas imagens fotográficas que criam transições entre o real e o imaginário. Já a artista colombiana San Cifuentes, radicada na Ilha, apresentará a obra “4ª dimensão/espaço/tempo”. O diálogo com as obras de Silvana perpassa pela ideia de que cada momento vivido no tempo nos ensina, cada conexão com outro ser, nos faz evoluir e nos leva à transcendência.

Durante os 63 dias em que a mostra estará em exibição haverá vários eventos educativos e, no fim da exposição, será lançado o catálogo. Para saber mais, é possível acessar a agenda do Ateliê Casa das Ideias no site www.ateliecasadasideias.com ou no site da artista www.silvanalealart.com

A mostra foi um projeto selecionado pelo Prêmio Elisabete Anderle de Apoio à Cultura – Edição 2022 – Executado om os recursos do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Cultura, na categoria artes visuais.

Sobre a artista: Silvana Leal (1971)

Silvana Leal (1971), é artista multimeios e psicóloga. Iniciou sua carreira artística na cidade de Brasília (DF), em 1994. A fotografia, a literatura e principalmente a performance sempre foram os suportes básicos do seu trabalho. Hoje, a artista ampliou o espectro de linguagens e tem trabalhado essencialmente com audiovisual, além da pintura, gravura e música.

Silvana reside entre Itajaí e Florianópolis, é diretora do espaço artístico e cultural Ateliê Casa das Ideias, no qual coordena projetos culturais, desenvolve trabalhos de criação e orientação criativa dentro do Programa de Residência Artística e Consciência Criativa. É uma artista comprometida com o processo crítico, e reconhecida por nomes das artes visuais, como José Roberto Aguilar, Bené Fonteles, Ivens Machado, Rodrigo de Haro entre outros.

Publicou os livros: "A lenda do artista", Editora caseira 2022; "A Dama Vermelho e o Homem Nu", Editora Caseira, 2018; "Palavra Açúcar", Editora Papaterra, 2012; "O que há de vir?" Edição de Autor, 2012; "Todocorpo", Travessa dos Editores, 2007 e "Erotismo Proibido nos Lábios", Edição de Autor, 2001.

Nestes 27 anos de atuação como artista, realizou diversas exposições individuais, bem como participou de muitas exposições coletivas estaduais/nacionais e eventos internacionais realizados no Brasil. Confira biografia e currículo completo no site www.silvanalealart.com.

Principais Prêmios e Salões: 2022 - Certificado de Mérito Artístico da Pinacothèque pelo reconhecimento de sua elevada qualidade artística, reconhecida pelo Museu durante sua participação na seleção Internacional do Luxembourg Art Prize 2022; Prêmio do Edital Elisabete Anderle Edição 2022, pela exposição "Transitions", na categoria artes visuais;
2021 - Prêmio do Edital Aldir Blanc 2021, na categoria experimentação em Artes Visuais da Fundação Catarinense de Cultura;
2020 - Prêmio de Reconhecimento por Trajetória Cultural Aldir Blanc/SC, pela Fundação Catarinense de Cultura na área de artes visuais;
2012 - Participa do 13º Salão Nacional de Artes de Itajaí, com a obra de intervenção urbana performance "Fios de Afeto" da série "Alinhavos", Itajai, SC;
2011 - 9º Salão Chapecoense de Artes Plásticas de Santa Catarina. Ganhadora do Prêmio Menção Honrosa. Chapecó – SC;
2005 - 7º Salão Elke Hering do Museu de Arte de Blumenau (MAB) (SC);
2002 - Salão de Artes Visuais do MAB, Museu de Arte de Brasília (DF). Participa com a obra tríptica "O Andrógino";
2001 - Prêmio FAC para edição do livro Erotismo Proibido nos Lábios, Brasília (DF).

Sobre o Curador: Franzoi (1969)

Natural de Taió (SC), reside em Joinville desde 1988. Artista visual, ator, curador, diretor teatral, performer, professor e gestor cultural. Graduado Artes pela Univille. Pós-Graduado em A Prática Social da Arte pela USP/Univille. Na educação atua em disciplinas de Estética, História da Arte, Performance, Produção Cultural, Semiótica e Teatro.

No teatro, atuou em 36 espetáculos, foi figurinista em 52, cenógrafo em 67 e diretor em 61 peças e duas óperas. 

Realizou 61 curadorias individuais e coletivas 2006 a 2017, com destaque para o Mapeamento Rumos Artes Visuais Itaú Cultural 2011/2013. Artista selecionado pelo projeto Rumos Artes Visuais Itaú Cultural 1999 a 2000. Ganhador do Prêmio Aquisição do VI Salão Municipal dos Novos Joinville, em 1993. Menção Honrosa no II Salão AAPLAJ, em Joinville, em 1989.

Realizou exposições no Brasil e no exterior, sendo 18 individuais, 109 coletivas e 51 performances entre 1989 e 2017. Fundou e integrou Grupo Performance Papirus com 54 performances de 1988 a 2005.

Serviço:

O quê: Exposição Transitions, de Silvana Leal
Onde: Museu Histórico de Santa Catarina – Palácio Cruz e Sousa
Abertura: 27/07/23 (quinta), a partir das 19h
Visitação: até 30 de setembro de 2023. De terça a sexta, das 10h às 18h; sábados e feriados, das 10h às 14h. O MHSC não abre aos domingos e às segundas. 
Entrada gratuita.

Classificação indicativa: Livre, porém há uma sala com classificação indicativa de 18 anos.

O Núcleo de Ação Educativa do Museu Histórico de Santa Catarina (MHSC) disponibilizou no site da instituição o material educativo baseado em imagens e temáticas da exposição "[Inde]pendências e seus transbordamentos no contexto catarinense". A publicação é voltada educadores e está disponível no link abaixo. 

:: Material educativo virtual 

As atividades sugeridas a partir do material pretendem contribuir para a construção de novos olhares, interpretações e diálogos com outras áreas do conhecimento. Elas poderão ser modificadas conforme a faixa etária, o interesse e a habilidade dos alunos.

O Museu Histórico de Santa Catarina será tema de uma das palestras que fazem parte da programação do ciclo "Modernização, conservação e acessibilidade em edificações históricas - Desafios e Soluções", promovido pelo Círculo Ítalo-Brasileiro de Santa Catarina (CIB/SC) e Ministério da Cultura (MinC). O evento ocorre nos dias 5 e 6 de junho, às 18h30, na sede do CIB/SC, no centro de Florianópolis.

A palestra "Desafios e Limitações da Acessibilidade em Edificações Históricas: estudo de caso Palácio Cruz e sousa - Florianópolis SC" ocorre no primeiro dia do evento e será ministrada pela conservadora-restauradora do MHSC, Marcia Escorteganha. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site do CIB/SC, onde também está a programação completa.